Fábio Henrique Matias, treinador do Figueirense, conta como funciona o processo de preparação na base
Fábio Henrique Matias, treinador da categoria Sub-20 do Figueirense, dedicou toda sua vida profissional às categorias de base. Formado em Educação Física e pós-graduado em treinamento esportivo e fisiologia do exercício, iniciou a carreira como preparador de goleiros e posteriormente tornou-se preparador físico. Todos esses conhecimentos ajudam Fábio, que atua como técnico desde 2008, a entender melhor a dinâmica do jogo e de rendimento dos atletas de base.
Matias teve passagens por times como o Desportivo Brasil, clube empresa da Traffic, Grêmio de Porto Alegre e antes de chegar ao Figueirense, esteve por dois anos no Internacional. Quando comandou a equipe gaúcha no ano passado durante a Taça São Paulo, chegou até a semi-final da competição, sendo eliminado pelo São Paulo nos pênaltis. O treinador tem em seu currículo diversas conquistas nas categorias de base dos clubes pelos quais passou como a Copa Santiago e Copa FGF pelo Inter. Assim, como o Campeonato Paulista pelo Desportivo Brasil e o Gaúcho pelo Grêmio. Matias chegou ao Figueirense nesse ano e vai buscar o título que esteve próximo com o Inter no ano passado e que pode tornar o Furacão do Estreito bi-campeão do maior torneio de base do Brasil.
DRIBLADOR – Há quanto tempo você trabalha com categoria de base?
FÁBIO HENRIQUE – Eu trabalho como treinador da base desde 2008. Iniciei no Guarani de Campinas, posteriormente trabalhei no Desportivo Brasil, da Traffic, onde fiquei por dois anos e meio. Depois, Grêmio de Porto Alegre e estive até janeiro desse ano no Internacional, onde disputei a última Copa São Paulo.
DR - Como funciona a rotina de treinos nesse período de preparação para Copinha?
FH – A gente trabalha sempre um turno, raramente a gente dobra o turno. Temos uma rotina que é toda dentro do CT, toda integrada. Fizemos três amistosos preparatórios contra equipes diferentes para poder mensurar nossa capacidade de jogo na Copa São Paulo. Tivemos uma preparação cuidadosa nessas últimas quatro e cinco semanas em relação ao trabalho e de não exagerar na relação carga deles. Porque, talvez, um atleta que possa disputar a Taça São Paulo corre o risco de se machucar nesse período preparatório.
DR – O que vocês almejam para essa Copinha?
FH – Pelo trabalho que a gente desempenhou, principalmente agora no segundo semestre, quando já projetamos a equipe dentro da Copa Santa Catarina e da Copa Sul, nós tivemos um bom resultado esportivo. Nas duas nós fomos semi-finalistas. Almejamos ter uma boa campanha. Mas mais que isso é que, posteriormente à Copinha tenhamos atletas com condições de estarem no profissional.
DR – Como funciona o processo de transição desses jogadores para o elenco profissional?
FH- A gente conseguiu dentro da Copa Santa Catarina ter quatro meninos integrados ao grupo profissional. E a ideia é que, posteriormente a Copa São Paulo, tenhamos de três a cinco atletas subindo para esse grupo do Campeonato Catarinense.
DR - Como você lida com a ansiedade dos atletas em relação a isso?
FH – A gente tem que ter um equilíbrio para não jogar toda essa carga de responsabilidade em cima deles. Entender que é um processo e que esse processo pode ser mais curto ou mais longo. E que mesmo assim, o atleta que, talvez, não consiga almejar o profissional no Figueirense, possa ter a possibilidade de almejar em outros lugares. O futebol é muito eclético, um jogador que, hoje, talvez não sirva para nós; pode servir para outro clube. A gente tenta passar isso para eles de uma forma que não interfira no desempenho de campo deles.
DR- Como você vê a estrutura da base do Figueirense a nível nacional?
FH – Hoje, por eu ter trabalhado em outros clubes com ideias distintas como clube empresa, clube grande e clubes como o Figueirense, que tem se estruturado e tentado se organizar. Vejo que a estrutura do Figueirense é boa, principalmente do Centro de Treinamento. A gente sabe que tem melhorar algumas coisas como o alojamento e outras situações. Mas a nível nacional a gente pode considerar que a nossa estrutura está entre as 20 ou 25 maiores do Brasil.